Quem sou eu

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Bom, até certo ponto.

Devagar foi ficando para traz todo aquele asfalto ardido, e enquanto caminha vagarosamente rumo a casa foi se desfazendo de um peso que lhe atordoava há algum tempo, sua proteção contra novas aventuras emocionais, sua armadura criada por si mesmo há pouco tempo atrás foi ficando ali pelo chão, cintilando de longe para quem observasse o ser cabisbaixo que perambulava por ali, passadas pesadas e pensativas.
Nunca temeu dizer que amava até algum tempo atrás, alguns casos, amores, paixonites, algumas transas casuais, já havia percorrido por um pouco de cada, mas nesse entretempo amar se tornou pesado demais para dizer, para sentir, para respirar, e até mesmo pra escrever, seu receio mesmo era ser amado. Por isso há algum tempo já não lhe favorecia sentir nada por ninguém, a não ser é claro sentimentos que de certa forma lhe enchiam o ego e lhe engrandecia a auto-estima, foi esfriando, esfriando...
Na triste caminhada foi deixando de temer a dor, ou o amor, era angustiante se sentir sozinho, mesmo cercado de grandes multidões. – Fraquejava? Perguntava a si mesmo simultaneamente, mas obtinha sempre a mesma reposta vazia. Nada! Era frio o lugar que permanecera durante todo esse tempo, fora tamanho o frio que se expandiu pelo se seu corpo, tomou lhe a alma, e finalmente parou seu coração.
Sentiu-se arrependido? – Não. Tivera que passar por todo aquele trajeto para se tornar o que é hoje. Agora tenta aquecer seu frio coração.

( Rafael Augusto)

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